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E assim foi desatado o primeiro nó. Depois disto os presbiterianos obtiveram ultimamente na Inglaterra a
queda do episcopado: e assim foi desamarrado o segundo nó. E quase ao mesmo tempo o poder foi também
tirado aos presbiterianos, e deste modo estamos reduzidos à independência dos primitivos cristãos para
seguirmos Paulo, ou Cefas ou Apoio, segundo o que cada homem preferir. 0 que, se ocorrer sem luta e sem
avaliar a doutrina de Cristo por nossa afeição à pessoa de seu ministro (a falta que o apóstolo censurou aos
coríntios), é talvez o melhor. Primeiro, porque não deve haver nenhum poder sobre as consciências dos
homens, a não ser da própria palavra, produzindo fé em cada um, nem sempre de acordo com o objetivo
daqueles que plantam e regam, mas do próprio Deus que dá a geração; e segundo, porque é desarrazoado
naqueles que ensinam que existe tamanho perigo no mais pequeno erro, exigir de um homem dotado de razão
própria que siga a razão de qualquer outro homem, ou da maioria de vezes de muitos outros homens, o que é
pouco melhor do que arriscar sua salvação jogando cara ou coroa. Nem deviam esses mestres ficar
aborrecidos com esta perda de sua antiga autoridade, pois ninguém melhor do que eles devia saber que o
poder é conservado pelas mesmas virtudes com que é adquirido, isto é, pela sabedoria, pela humildade, pela
clareza de doutrina e sinceridade de linguagem, e não pela supressão das ciências naturais e da moralidade da
razão natural, nem por uma linguagem obscura, nem arrogando-se mais conhecimento do que aquele que
realmente possuem, nem por fraudes beatas, nem por essas outras faltas que nos pastores da Igreja de Deus
não são apenas faltas, mas também escândalos, capazes de fazer que os homens mais cedo ou mais tarde
tropecem na supressão de sua autoridade.
Mas depois que esta doutrina, que a Igreja agora militante é o reino de Deus referido no Antigo e no
Novo Testamento, foi aceite no mundo, a ambição e a solicitação de cargos que lhe estão adstritos, e
especialmente o grande cargo de ser o representante de Cristo, e a pompa daqueles que obtiveram assim os
principais cargos públicos, tornou-se gradualmente tão evidente que perderam a reverência interior devida à
função pastoral, de tal modo que os homens mais sábios, entre aqueles que possuíam qualquer poder no
Estado civil, só precisavam da autoridade de seus príncipes para lhes negarem obediência. Pois desde a época
em que o bispo de Roma conseguiu ser reconhecido como bispo universal, pela pretensão de suceder a São
Pedro, toda sua hierarquia, ou reino das trevas, pode ser comparado adequadamente ao reino das fadas, isto é,
às fábulas contadas por velhas na Inglaterra referentes aos fantasmas e espíritos e às proezas que praticavam
de noite. E se alguém atentar no original deste grande domínio eclesiástico verá facilmente que o Papado nada
mais é do que o fantasma do defunto império romano, sentado de coroa na cabeça sobre o túmulo deste, pois
assim surgiu de repente o Papado das ruínas do poder pagão.
Também a linguagem que eles usam, quer nas igrejas, quer nos atos públicos, sendo o latim, que não
é comumente usado por qualquer nação hoje existente, o que é senão o fantasma da antiga figura romana?
As fadas, seja qual for a nação onde habitem, só têm um rei universal, que alguns de nossos poetas
denominam rei Oberon, mas as Escrituras denominam Belzebu, príncipe dos demônios. Do mesmo modo os
eclesiásticos, seja qual for o domínio em que se encontrem, só reconhecem um rei universal, o Papa.
Os eclesiásticos são homens espirituais e padres fantasmagóricos. As fadas são espíritos e fantasmas.
As fadas e os fantasmas habitam as trevas, as solidões e os túmulos. Os eclesiásticos caminham na
obscuridade da doutrina, em mosteiros, igrejas e claustros.
Os eclesiásticos têm suas igrejas catedrais, as quais, seja qual for a vila onde são erguidas, por
virtude da água benta e de certos encantos denominados exorcismos, possuem o poder de transformar essas
vilas em cidades, isto é, em sedes do império. Também as fadas têm seus castelos encantados e alguns
fantasmas gigantescos que dominam as regiões circunvizinhas.
As fadas não podem ser presas nem levadas a responder pelo mal que fazem. Do mesmo modo os
eclesiásticos desaparecem dos tribunais da justiça civil.
Os eclesiásticos tiram dos jovens o uso da razão por meio de certos encantos compostos de
metafísica e milagres e tradições e Escrituras deturpadas, pelo que estes ficam incapazes seja para o que for
exceto para executarem aquilo que lhes for ordenado. Do mesmo modo as fadas, segundo se diz, tiram as
crianças de seus berços e transformam-nas em loucos naturais, a que o vulgo chama duendes e que têm
tendência para praticar o mal. [ Pobierz caÅ‚ość w formacie PDF ] - zanotowane.pl
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